quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Aikewára entre a tradição e mudanças.


Tiapé Suruí tem os cabelos compridos e disse que irá corta-lós. Pergunto por que e ele responde "pra crescer novo, esse já tá velho".

Os índios não se apegam ao aspecto material, como os kamará.
Mudam de casa, mudam o local da aldeia.

Antigamente, como eles migravam, a parte da floresta em que caçavam ganhava tempo para se restruturar. A migração é uma das principais características do modelo de sustentabilidade dos Aikewára, pois tiram da floresta apenas para o prórprio consumo.

A última mudança dos Aikewára foi aproximadamente há
30 anos, no que eles chamam tempo do Mussenai.
Mussenai era um líder e é muito importante na história desses índios. Um dia ele disse que deveriam se mudar e sem olhar para traz, os Aikewará deixaram suas casas, dizem que o espírito dele vagueia na aldeia antiga.

No corrente ano, o governo construiu casas de alvenaria para os Aikewára. Será que assim eles se "aquietarão" nesta aldeia moderna?

Não pude deixar de notar: a caça já é escassa. Não seria a hora de migrar?

Se estabelecer fixamente em um lugar traz muitas comodidades, porém só favorece o individuo e não o coletivo.

O que leva a este questionamento: qual o futuro dos índios?

Os índios, durante sua história provaram ser muito "guerreiros", no sentido de força, luta, mas talvez agora eles enfrentem seu maior desafio: conciliar esse "novo" modo de vida, com televisão, celular, casa de tijolo, rémedios, ect. com sua cultura passada de geração para geração.

Qual o futuro da criança que a mãe Aikewára carrega, entre a rede Aikewára e a frauda urbana...

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