Esta postagem não trata especificamente do povo Aikewára, mas decidi fazê-la, porque as reflexões que aparecem dizem respeito a todas as sociedades indígenas. Recebi o link através do amigo Agenor Sarraf e achei interessante socializar com os amigos leitores deste blog.
O autor da crônica a seguir é um dos mais respeitados pesquisadores sobre sociedades indígenas no Brasil, trata-se do professor Bessa Freire. Como é comum em seus texto, "A sogra do Jacamim em busca da Beleza" nos apresenta um pouco da sabedoria milenar dos índios brasileiros e para completar, suas observações sobre a história nos dão uma aula de respeito à diversidade cultural.
A SOGRA DO JACAMIM EM BUSCA DA BELEZA
José Ribamar Bessa Freire
12/09/2010 - Diário do Amazonas
O Jacamim andava ciscando no terreiro e, com seu bico irrequieto, beliscava um inseto aqui, uma minhoca ali, uma sementinha acolá. Sua sogra, que assistia a cena, viu que tudo nele era desproporcional e deselegante. Pescoço pelado, curvo e compriiiiido. Cabecinha minúscula em cujo cocuruto emergia ridículo topete de penas eriçadas. Curtas, demasiado curtas eram suas asas. Altas, excessivamente altas suas pernas. Ela olhou aquele bicho desengonçado e, com a sinceridade que as sogras soem ter, disse:
- Meu genro, não me leve a mal não, mas você é feio! Muito, mas muiiiiiiito feio! Feio pra chuchu! Parece até que minha filha casou com um urubu!
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Ivânia dos Santos Neves
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