quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Tempo de Estrela


Eu quero fazer poesia
desse índio que ri de tudo

da falta de rio, da falta de caça

Viver como a leveza de uma rede.
De punho forte e toco firme que a aguente
Não cai!!!

Que mesmo com todas as armadilhas e animais urbanos ferozes que encontram no caminho

Continuam a se embalar nas redes que seus antepassados ensinaram a fazer

E tão alto se embalam a ponto de alcançar estrelas


Eu quero fazer poesia desses índios
Que alcançam o céu com escada de flechas

Onde as estrelas são bichos, são gente

São espíritos que continuaram a se embalar

Resistiram tecendo dos fios de algodão: a rede;
das penas do papagaio: o ararau;
do jenipapo: a pintura
e de olhar as estrelas: as histórias....

Eu quero fazer poesia desse índio
Que tem um céu cheio de estrelas
Nesse tempo sem brilho!

Um comentário:

  1. Parabéns por outro texto lindo, Lariza!
    É um grande prazer estar com você por estes caminhos! Imagino que para os Aikewára também.

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