terça-feira, 30 de novembro de 2010

Lançamento do filme "Tapi'i'rapé: o Caminho da Anta", no YouTube

Nos dias 02 e 03 de dezembro estará acontecendo o III Simpósio de Hipertexto, na UFPE, em Recife, que tem por objetivo discutir os novos rumos da educação na rede mundial de computadores.
Nós participaremos com uma comunicação coordenada "e-aikewara: inscrições de jenipapo no ciberespaço" e com o pôster virtual "Oficina de Fotografia Aikewára".
No dia 03 de dezembro, às 15h, durante as apresentações, será colocado na rede mundial de computadores, no YouTube o filme "Tap'i'rapé: o Caminho da Anta".

Convite!


O filme mostra como nasceram as constelações Aikewára. Esse filme é parte da produção do projeto Crianças Suruí-Aikewára: entre a tradição e as novas tecnologias na escola, que objetiva ajudar na construção de um currículo escolar que traduza a cultura tradicional desta sociedade e contribua para a efetivação de uma escola indígena realmente diferenciada.


sábado, 27 de novembro de 2010

Os Aikewára em Belém parte III.


Em sua jornada em Belém, as mulheres Aikewára Arihêra, Maria e Murué Suruí ministraram uma oficina de grafismo indígena. Elas falaram da fabricação da tinta de jenipapo, dos desenhos e seus significados e responderam a curiosidades dos estudantes.

A professora e antropóloga Ivânia Neves também esteve presente, falando sobre o grafismo indígena, em especial do povo Aikewára que estudou tanto em sua dissertação de mestrado, quanto em sua tese de doutorado.

Oficina de grafismo indígena.
Todos os estudantes que participaram da oficina fizeram questão de se pintar, tanto pelo despertar do seu "eu amazônico", quanto pela honra de carregarem por alguns dias desenhos com significados de animais e plantas do povo da floresta, ou seja, “Nós, a gente”, que em outra língua significa Aikewára.

A verdade, é que em algumas regiões do Brasil, que é o caso do Norte, as semelhanças com os índios é visível. Eu própria levantei dúvida se era ou não Aikewára, como me relatou a estudante Vivian Nery Mendes: “quando tu entraste, não sabia se era ou não índia...”.
                                              
 Eu e Arihêra Suruí, passa por mãe e filha?
Enquanto as mulheres faziam seu grafismo corporal em estudantes, os índios Arikassú, Umassú e Tiapé Suruí, gravavam no estúdio do Labcom (laboratório de comunicação da Unama) as músicas que fariam parte do DVD Sapurahai- A música e a dança Aikewára.

Os Aikewára se foram, deixando muitas saudades e nada mais apropriado que encerrar os textos dos “Aikewára em Belém” na própria língua deles:
- Asaricó!

Guerreiros.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Por seus próprios olhos.



Oficina de fotográfia na aldeia -

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

No embalo

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Karuwara


Foto:Gil Xavier


O Karuwara é uma festa espiritual que é realizada de quatro em quatro anos, depois das queimadas das roças.Para nós, povo Aikewára é muito importante realizar essa festa, porque o Karuwara é o espírito dos nossos antepassados.

Alguns homens da aldeia fazem uma casa igualzinha as dos antepassados para que durante a festa, os espíritos se reúnam dentro da casa para assistirem a dança.



Foto: Gil Xavier


Um dia antes da festa começar, todos que vão participar da dança tem que se pintar, mas só depois que o pajé se pintar, não pode ser antes.

O Karuwara exige muitas regras que tem que ser seguidas e respeitadas rigorosamente, exemplos:

- Durante a festa não pode ter relações sexuais, porque a pele das duas pessoas ficam manchadas de branco e todos ficam sabendo o que eles fizeram;

-Quem começou a dançar não pode faltar a nenhuma dança, tem que ir até o fim, que é quando a pintura do corpo do pajé sair completamente;

Foto: Gilvandro Xavier


-Não pode deixar cocar e nem maracá cair.

-Todos da aldeia tem que acordar antes da dança começar.

-Não pode ficar sozinho em casa e nem deixar criança brincar atrás da casa e principalmente na dos Karuwara.

-Todos os homens participantes tem que entrar na casa dos Karuwara antes e depois da dança para guardar os enfeites e também para o pajé cantar e falar os nomes que estão lá dentro. Depois que ele termina a cantoria todos os mais velhos ficam contando as histórias, como foram as suas caçadas, as suas aventuras. Isso, só até os espíritos se retirarem da casinha e irem até a sua moradia oficial, que é na Serra das Andorinhas, dentro de uma enorme pedra, que é uma gruta. Depois disso todos saem e vão caçar e pescar;


Foto: Gil Xavier




-As mulheres são proibidas de entrar na casinha dos Karuwara, assim como as criancinhas.

-Só são permitidas para as mulheres um tipo de pintura, é da inamuí(pássaro jaó);



Foto: Gilvandro Xavier


-Quem desobedecer essas regras corre o risco de acontecer uma tragédia com ele e com sua família;

-A pintura dos homens é de animais, esse ano a pintura foi de porcão;

-A pintura do pajé é sempre de kururu(sapo).